Contando minha história!!!

Vou escrever resumidamente (se é que é possivel resumir)minha história em relação a obesidade.
Fui uma criança magra,não gostava de comer,tinha preguiça de mastigar,minha mãe me enxia de fortificantes e vitaminas,como minha mãe trabalhava e eu ficava com a minha avó,na minha casa sempre tinha coisas muito gostosas para comer.
La pelos 8/9 anos comecei a engordar,até a meus 17 anos pesava em torno de 80 kgs.
Quando fiz 20 anos fui trabalhar em um restaurante (a melhor galeteria de porto alegre) era telefonista e depois passei a caixa,comia sempre fora de casa e normalmente era massa e galeto (óbvio,rsrsrs),sai da galeteria e comecei a trabalhar onde trabalho hj no aeroporto.
A loja que trabalho abriu uma filial em Fortaleza e eu fui abrir a loja,la,sozinha,trabalhando pra caramba (das 10 da manhã as vezes até de madrugada) comia muito errado,acabei tendo depressão por estar longe de todos que eu gostava,estava sozinha em uma cidade estranha,onde tinha comidas horriveis (para o MEU paladar),e sempre acabava comendo em fast foods com mac donald's,quando retornei a porto alegre eu deveria estar com uns 110 kg.
Mas nessa época eu estava no auge da compulsão alimentar e cheguei aos 130 kgs.
Foi quando eu tive uim problema na perna (chamado de erisipela,uma infecção no sangue devido a gordura) e procurei um clinico geral pois minha perna parecia que havia sido mordida por um bicho,estava toda rocha e doia muitooooo.
O médico que eu consultei me perguntou se eu ja havia ouvido falar de gastroplastia.
Isso fazem uns 6 anos,mais ou menos.
Na época ainda era uma cirurgia pouco conhecida.
Eu ainda estava na carência do plano de saúde e ele me encaminhou para uma nutricionista.
A nutricionista me falou da cirurgia,mas me disse que era uma cirurgia muito arriscada e bla bla bla,mas mesmo assim eu fui atras,marquei cirurgião,endócrino,psicóloga,psiquiatra,fiz exames...
Com quase todos os laudos em mãos retornei a nutricionista que era por sinal a nutricionista do plano da equipe multidisciplinar de redução de estômago.
Ela NÃO ME DEU O LAUDO e me deu uma dieta.
Chorei muito,disse de como eu me sentia em relação a obesidade,que eu estava deprimida e tals e ela fez um trato comigo,que se eu fizesse a dieta como ela havia me dado e não emagrecesse nada ela me dava o laudo para a cirurgia.
Eu chorei muitooooo,fiquei muito triste,mas resolvi tentar emagrecer com a dieta.
Comecei a ir numa psicóloga tambem,passei fome,senti vontades,mas no primeiro mês emagreci 12 kgs.
Fácil???
Não mesmooooooooooooo,foi a coisa mais dificil que eu ja fiz na vida,mas eu queria me superar.
Foi um ano de dieta.
E nesse um ano emagreci 60 kgs.
Passava 4 hs por dia na academia,vestia roupas lindasssssssss,recebia cantadas,usava vestidos,saias,cruzava as pernas.
Mas tinha muitoooo medo de engordar.
Conheci o pai da minha filha.
Esse homem foi o amor da minha vida.Era completa ao lado dele,me sentia feliz por ter encontrado minha felicidade...
Um ano depois descobri minha gravidez...
E quando eu descobri minha gravidez nós ja não estávamos mais tão bem,mas sabia do carater dele e sabia o quanto ele queria ter um filho,achei que tudo ia se resolver...
Mas foi um engano.
Ele me largou assim que descobriu que eu estava grávida.
Chorei muito,ele dizendo que não era dele,ele arranjou outra,me sentia mal e só engordava.
ele me mandava abortar.
Não,eu nunca pensei nisso.
Levei em frente a gravidez,passei muita dificuldade,chorava dia e noite,fiz tratamento com psicóloga,minha mãe sempre esteve ao meu lado,a própria ginecologista que me acompanhou me receitou fluoxetina.Sempre fumei e não abandonei o cigarro nem na gravidez,ouvi da boca da GO:melhor uma gravida fumante do que uma grávida depressiva.
Mas minha gravidez foi um terror.
Chorei os 9 meses,vomitei sangue os 9 meses,me tranquei em casa os 9 meses e engordei muitooooo.
Eu precisava do pai da minha filha,e ele onde estava?
Com outra.
Sim ele arrranjou outra,alias no dia que disse que eu estava gravida ele estava saindo do motel com outra.
Ai a tortura,a outra era magra.
A depressão veio á mil e junto com ela aquela antiga amiga a compulsão alimentar.
Só eu e minha mãe sabemos o que eu passei...
Não foi fácil assumir uma gravidez sozinha,ele nunca me acompanhou á medicos,nunca me deu um carinho,nem mesmo na hora de saber o sexo ele foi junto,alias ele nem ao menos ligou para saber o sexo da filha,eu liguei e ele estava com a outra ai liguei para a mãe dele e disse que era uma menina.
Foi tudo muito dificil...
No dia que minha filha nasceu,quem me acompanhou no hospital foi meu irmão,foi meu irmão que assistiu o parto,foi meu irmão quye recebeu os parabéns da equipe médica pois todos pensavam que ele era o pai.
Minha filha nasceu ás 8:50 e o pai dela só foi ver ela ás 5 da tarde e ficou meia hora e nem ao menos pegou a filha no colo.Na noite do dia que ela nasceu ele saiu com os amigos e me ligou bêbado as 5 da manhã.
Foi dificil.
Quando minha filha tinha 20 dias ele chegou bêbado na minhqa casa,ele estava em uma festa.
Foi tão dificil...
Eu mentia para mim mesma que tudo era passageiro,que ele ia mudar...
E cada descoberta de cada "festinha " dele eu me esbaldava na comida e engordava mais.
Ai um dia ele me propôs ficarmos juntos de verdade.
Eu sem nem lembrar dos absurdos que ja havia passado aceitei.
Alguns dias depois estava trabalhando e ele me liga bêbado de manhã (foi ano passado no feriado do dia 12 de outubro),achei que estavamos bem e ele foi aprontar...
Descobri muita coisa dele,mesmo ele negando pelo orkut.
Nesse dia,12 de outubro de 2009 tentei suicidio.
Tentei me matar sim...
Não aguentava mais carregar o fardo sozinha.
Não aguentava a dor de ser trocada por qualquier mulher,sim pq era cada COISA que ele ficava em festas que doia,e a obesidade ja estava gritando,eu ja estava com 100 kgs.
Tomei 1 caixa de anfepramona (remédio para emagrecer) com 3 cx de fluoxetina.
Parei no hospital fiz lavagem e voltei para casa.
Alguns dias depois ele fez a mesma coisa,saiu e arranjou uma baranga,dessa vez com diereito a motel e tudo.
Eu tentei suicidio de novo.
2 cx de anfepramona.
Me internaram num hospital psiquiatrico.
O médico que me atendeu me diagnosticou como bipolar.
10 dias de internação e voltei para casa.
Voltei para casa com a promessa dele de ficar comigo de verdade,de ver ele chorar como criança por se dizer arrependido de tudo,por me pedir perdão de joelhos e eu aceitei de novo.
Em fevereiro mais uma vez ele aprontou...
E eu tentei me matar de novo.
3 cxs de anfepramona,1 cx de rivotril de 2mg e umas 5 garrafas de vodka pequenas (aquelas tipo smirnof),resultado?
Lavagem estomacal e internação psiquiatrica de novo.
Foi horrivel.
Minha filha começou a caminhar e eu não vi os primeiros passos dela.,
Ela chorava e pedia por mim e eu numa clinica chapada de medicação e querendo morrer.
Nessa altura do campeonato eu me sentia um lixo,pq as mulheres que ele andava eram sempre mais magras do que eu,na maioria das vezes eram muito,mas muito feias,mas todas mais magras.
Eu entrei no fundo do poço,tomava muita medicação pq o médico dizia que eu era bipolar,quase perdi meu emprego,não conseguia ficar com minha filha,por várias vezes me passava pela cabeça que a minha filha era a culpada do que eu estava passando,pq tudo piorou quando engravidei,pq se eu não tivesse ficado gravida não teria engordado tanto,não teria algo que me prendesse ao pai dela,tudo doia tanto....
Um dia resolvi acordar.
Parei com a medicação para a bipolaridade e procurei outra opinião médica.
Graças a Deus o outro médico disse que eu não era bipolar,que eu estava numa depressão profunda,associada com uma depressão pós parto,e por tudo que eu havia passado e que o caso da obesidade pesava bastante nessa questão.
Agora ja se passou algum tempo,mas tenho medo de voltar a tentar o suicidio.
Larguei o pai da minha filha de mão,depois das indas e vindas,mas ainda é dificil falar sobre isso,é uma ferida ainda muito aberta.
To obesa e muitas vezes acho que ele me largou por isso,ou então que não me respeita pelo meu peso.
As vezes vejo mulheres com mais peso do que eu e que são felizes com seus companheiros,mas esse não é meu caso.
O homem que eu mais amei na vida me abandonou quando precisei dele,e depois disso tudo piorou na minha vida.
Sou uma mãe solteira,obesa e triste por isso.
Quero de volta a minha vontade de viver.
Eu não tenho...
Meus dias são iguais,minha vida é uma rotina.
Preciso mudar isso...
Quero ser alegre,quero brincar com minha filha,quero ter disposição,quero voltar a me amar e amar algum dia alguem...
Eu sei que meus problemas,a redução de estomago não vai solucionar.
Mas sei que emagrecendo terei auto-estima,me amarei mais,seria mais fácil tudo na minha vida.
Poderei brincar com minha filha,comprar roupas em lojas NORMAIS,ter disposição.
Emagrecer para mim tem um peso muito grande na minha vida.Seria como voltar ao passado e reconquistar meu amor próprio,eu não iria me humilhar mais implorando amor de alguem e nem ficar magoada em saber que "ele" arranjou uma mais magra do que eu.
As pessoas não me entendem.
Eu tentei suicidio 3 vezes...
Eu quase morri de verdade e eu não quero mais viver sendo obesa.
Eu preciso emagrecer por mim,pela minha filha e pela minha vida.
Tenho medo,de tentar suicidio de novo,de ser fraca,de não ver minha filha crescer...
E dói tanto...
Dói tanto estar assim...
Eu trabalho em um lugar legal,bacana,tenho contato com pessoas de posse,com pessoas de um bom nivel todos os dias,e não consigo nem ao menos passar um baton.
Várias vezes meu superior reclamou de eu não me maquiar,de eu não usar roupas mais bonitas...
Mas comoi???
Me maquiar pra que?
Eu não tenho vontade...
Eu perdi a vontade de tudo.
Muita gente não sabe disso e me condena por pensar em cirurgia...
Mas certamente quem me condena não passou pelo que passei,quem me condena não sabe o que é ser mãe solteira,não sabe o que é ser abandonada grávida,o que é sofrer de amor e de obesidade.
Pelo menos no que diz razão ao coração sei que só me sentirei melhor magra.
Enquanto estou escrevendo esse post estou chorando...
Chorando de dor..Chorando de medo ...De insegurança.
Ta doendo remexer essas feridas,mas todas elas vem junto com a obesidade.
Eu farei sim a redução de estômago.
Se eu morrer,pelo menos vou morrer tentando ser feliz.
Acho que ainda não é a minha hora,pq depois das três tentativas de suicidio ninguem (nem mesmo os médicos) sabem como estou viva e sem nenhuma sequela.
Teve um médico que me disse:Deus te segurou na palma da mão dele e te protegeu só assim explica não ter qacontecido nada depois das bombas de medicamentos que tu tomou.
Se Deus não me quis ao lado dele por 3 vezes,não vai ser fazendo uma cirurgia que tanto quero e preciso que ele vai me levar.
essa cirurgia vai me custar muita grana (vou fazer particular) mas tem gente que sonha com carro,casa ,viagens,eu sonho em ser magra,e vou atras desse sonho.
Por mim,pela minha filha,pela minha mãe,pela minha auto-estima,pelo meu amor próprio.
Vou me dar essa ULTIMA CHANCE!!!